Não seja passivo- agressivo.

Me manda tomar no cu, mas não seja passivo- agressivo.

Esse traço de personalidade é o que eu chamo de agressivo-agressivo. Muito mais a minha cara.

Veja, eu não sou a favor da violência, do tapa na cara, do grito e da ofensa. O que eu não aguento é quando alguém manda um “eu só acho engraçado que…”. Se você tem um problema comigo FALA O PROBLEMA e não fica mandando mensagem subliminar.

Uma vez, um amigo me mandou um vídeo com a seguinte mensagem: assiste, acho que você vai gostar. Até aí tudo bem, né? Normal.

Fui olhar o vídeo. Uma mina, falando sobre como é normal se distanciar de pessoas que não tem mais a ver com você.

?????

Isso é pra mim? Ele tá dizendo que eu me distanciei? Ele tá dizendo que vai se distanciar? Ele tá dizendo que a gente não tem mais a ver? Porque raios eu gostaria desse vídeo? O que eu deveria responder?

“Nossa, amigo. Ainda bem que você me mandou isso, agora eu posso sumir da sua vida sem peso na consciência.”

Até hoje somos amigos, até hoje não entendi o sentido desse vídeo.

A verdade é que 100% das pessoas que usam a frase “só acham engraçado que…” na verdade não acham nada engraçado e estão bem putas com alguma coisa que você fez, mas querem que você adivinhe qual é essa coisa e peça desculpas, sem elas precisarem gastar saliva explicando.

Ou seja, estão cobrando uma mediunidade que você não tem.

E isso é chato por dois motivos, o primeiro é que o tempo que eu vou levar pra descobrir o que realmente aconteceu poderia ser gasto, por exemplo, resolvendo o problema numa conversa franca regada a queijos e vinhos, o segundo é a atitude hostil que eu sou obrigada a aguentar até que consiga adivinhar o que de fato irritou o indivíduo.

Percebe o problema?

Então vamos mudar esse pacto social onde você fica puto, mas não fala nada pra “não começar uma discussão”. Começa a discussão, na moralzinha, tá tudo bem. Melhor uma discussão de 5 minutos do que um ranço de 5 meses.